Na noite desta quinta-feira (29), o prefeito João Francisco (PL) anunciou a aquisição do prédio da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, que foi bloqueado judicialmente em processo trabalhista movido pelos servidores da entidade, que encerrou suas atividades depois das consequências da Operação Raio-X.
Segundo a investigação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de combate às Organizações Criminosas) e da Polícia Civil, uma extensa organização criminosa administrava a entidade pacaembuense e utilizou seu CNPJ para cometer fraudes e desviar mais de R$500mi (quinhentos milhões de reais). Neste período, a Santa Casa de Pacaembu movimentou mais de R$1Bi (um bilhão de reais), o que deu cabo à várias denúncias de corrupção.
Após a deflagração da Operação Raio-X, com diversas pessoas presas, denunciadas e investigadas, a entidade teve todos os seus contratos de gestão no Estado de São Paulo, prefeituras e no Governo do Pará encerrados imediatamente. Tal fato fez com que as dívidas da entidade viessem à tona. Centenas de processos judiciais, de números incalculáveis, fizeram bloqueios nas contas da entidade cotidianamente, e ela não conseguia mais manter seu funcionamento, quando a Diretoria da Santa Casa anunciou seu fechamento.
Desde então o Município agiu para manter o Pronto-Atendimento como de sua responsabilidade, no mesmo local, só que de forma cedida, até que pudesse construir um novo local para abrigar um novo hospital, ou resolvesse a situação de outra maneira. O prédio em questão, construído com doações de voluntários e pela própria população foi à Leilão Judicial. Após várias rodadas, não houve nenhuma oferta de compra à vista.
O Município enviou uma proposta de aquisição à juíza da causa:
R$1,5milhão (um milhão e quinhentos mil reais), com:
Entrada de R$300mil (trezentos mil reais) mais 30 parcelas iguais de R$40mil (quarenta mil reais).
A juíza entendeu possível o acordo e homologou a proposta. O município portanto, adquiriu em definitivo o prédio da antiga Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, por R$1.500.000,00, celebrando o fim desta trágica novela que ameaçou a saúde de toda a população pacaembuense. Os processos da entidade e desdobramentos da operação continuarão na responsabilização dos envolvidos, porém, o Município de Pacaembu não corre risco de ficar sem o seu pronto-socorro.
E O NOVO HOSPITAL?
Ainda assim a construção do novo hospital não é um projeto abortado. O prefeito João alegou em entrevista ao Portal Fala que não era possível alterar o objeto do recurso já conquistado, e portanto, daria continuidade à construção do Hospital Municipal.
“Nós temos muitos prédios alugados e o município precisa de estrutura. Eu quero voltar a fazer pequenas cirurgias no Pronto Socorro. A construção do novo hospital é fundamental para o desenvolvimento da Saúde de Pacaembu. O Governo nos acolheu, e nos ajudou. Acredito que na semana que vem já vamos abrir a proposta das empresas para a construção do prédio”, finalizou o prefeito.
